quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Praça da Mãe Preta: Um olhar do público para o espaço

No último sábado, dia 3 de agosto, o LAB Itaim Paulista realizou a atividade Praça da Mãe Preta: Um olhar do público para o espaço. O evento foi realizado na EMEF Dama Entre Rios Verdes, no Parque Santa Rita, Itaim Paulista. O objetivo da atividade foi o de reunir moradores e frequentadores da Praça da Mãe Preta, que fica ao lado da escola, a fim de indagar e documentar suas percepções da praça e assim obter critérios para desenvolver um projeto participativo de transformação local.


O evento nada mais é do que a parte inicial de elaboração das diretrizes para a intervenção urbana a ser implementada na praça e que pode servir de modelo para futuras práticas participativas na transformação das regiões periféricas do município de São Paulo, foco dos trabalhos do LAB.
Documentar e sintetizar percepções, no entanto, vai além da simples coleta de dados porque se trata de compreender e registrar sentidos, impressões individuais e subjetivas das pessoas. Sendo assim, o pessoal do LAB – sob orientação da Profa. Dra. Ana Paula Koury – optou por sistematizar a sondagem com a seguinte estrutura: primeiro foi realizada uma roda de conversa com os moradores dentro da escola, onde todos puderam se apresentar e compartilhar algumas de suas memórias, experiências e afetividades relacionadas à Praça da Mãe Preta.


Em seguida os participantes foram convidados a fazer um passeio monitorado à praça, no qual procurou-se observar as condições do lugar, suas características, seu entorno, seus problemas e também a pensar em potenciais intervenções que possam trazer melhorias na qualidade de vida de seus frequentadores. Estar na praça foi muito importante para produzir ideias e planos a seu respeito pois isto permitiu visualizar melhor as concepções no plano concreto.






De volta à escola, e após saborear um delicioso lanche, os participantes foram organizados em duas salas de aula para produzir individualmente um registro gráfico de suas percepções do passeio. Neste momento os monitores orientaram o público a relacionar suas experiências cotidianas com o espaço público da praça e a registrar, em forma de texto, poesia ou desenhos, as possibilidades de transformação que haviam enxergado durante a saída. Esta produção também permitiu que os participantes relacionassem demandas já existentes às novas percepções, de modo a articulá-las em um registro mais consistente. Depois de pronto, o material gráfico produzido foi sistematizado em um livro coletivo organizado e montado pelos monitores.
Este livro coletivo – apelidado pelos próprios participantes de Livro dos Sonhos – reúne de maneira sintética a percepção que o público tem do espaço da Praça da Mãe Preta e suas expectativas de transformação.






O encontro foi finalizado com a visita do Subprefeito do Itaim Paulista, Gilmar Souza Santos, que recebeu o Livro dos Sonhos e conversou com os participantes sobre os problemas e possíveis soluções tratadas durante o evento. Santos reafirmou seu compromisso de implementar melhorias na Praça da Mãe Preta.
O material recolhido e compilado no Livro dos Sonhos é muito importante porque constitui uma espécie de “mapa” para a elaboração de diretrizes que irão orientar a intervenção urbana na praça tanto por parte da Subprefeitura como pelos membros do LAB em suas pesquisas e trabalhos acadêmicos.




Inspirado nas experiências contemporâneas de desenho urbano que visam expandir a participação das pessoas na forma como se cria o espaço urbano, e partindo do princípio que a cidade se realiza plenamente quando em conexão direta com suas comunidades, este  exercício possibilitou mediar e adequar a transformação do espaço público de acordo com as necessidades de seus habitantes.
Mas isto foi apenas o início de um processo que, tal como desejam os integrantes do LAB, seja permanente e progressivo, de modo a tornar-se um autêntico exemplo de construção coletiva de áreas periféricas.
A fase seguinte engloba a análise das percepções e registros contidos no livro, que dará início a proposição de diretrizes e debates públicos sobre estratégias e possibilidades para intervenção na praça.

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